- Dapirueba, eu te amo!
- Eu também. Me amo. Vou cagar.
Insensível, insensível, eu sei. Mas, na imaturidade de meus 14 ou 16 anos, não me recordo, saídas toscas desse tipo eram a única forma que eu encontrava para me proteger e manter-me longe da enxurrada melada e gosmenta. Não queria me envolver afetivamente. Sentia-me constrangido só de pensar nisso, quase tão constrangido quanto fico ao ver o Jô Soares se fazer para cima dos entrevistados. Definitivamente, apaixonar-me estava fora de questão. No entanto...
No entanto, ganhei hoje 2 reais na Lotofácil. Não, nada disso. No entanto, como sabem toda menina de 11 anos e os gays , a gente não manda no coração da gente. E, de repente, vi-me a escrever poesias em guardanapos no bar ou na carteira da escola pra mulherada. Deplorável, deplorável, eu sei. Mas, na avalanche de emoções vis de meus 17 ou 22 anos, não me lembro, sem lógica aparente ou explicação plausível, eu não mais queria esquivar-me do banho açucarado. Ou não podia. O fato é que, desde então, descubro-me a cada dia um ser nojento de tão romântico. E a mulherada não perdoa. Só quer saber de sexo. Só quer aproveitar-se de meu corpo. Não liga no dia seguinte. Não quer abraços carinhosos. Não quer discutir a relação. Ah, que saudade de meus 14 ou 16 anos.
Ps.: ironia...
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