12/22/2004

Parte V

Ela ta tentando me colocar numa enrascada, mas não vou dar mole não. Abri a porta do meu consultório com cara de acabado, bermuda meio baixa, desabotoada, meio torta, chinelo de pé trocado e joguei um pouco e água no corpo. Quando passamos pelos corredores os doutores me paravam e perguntavam se eu tinha traçado aquele monumento. Só tirei um pouco de água que escorria da testa, fiz uma cara de lesado, soltei um assovio e continuei andando. Ficaram de boca aberta. A Luma ficou puta, mas isso a gente já havia descoberto a 2 capítulos atrás.
- Luma, tem jeito duma carona pelo menos até meu apê?
- Tem não, tou atrazada e com fama por aqui. E ainda sem carro. Você me trouxe no colo, lembra?
- Ah, ok. Tudo bem então. Xerox, me empresta teu carro? Qual? Ah, sei lá, pode ser aquela Jaguar que ta encostada ali. Ta com o pneu vazio? Eu levo ali no posto devagarzinho e encho. Vai uma calibrada aí também Luma? Mais 10 libras em cada peitão e fica negócio caprichado.
- Vai-te a merda. – Ela então acenou para um táxi que passava. Um carro parou e o táxi quase bateu atrás. O motorista olhou para aquela moça e disse:
- Oi, meu nome Pinguço. Dom Carlão Pinguço. Iai, vamo?

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