12/23/2004

Parte VI

Fui pegar a Jaguar. Tava com um cheiro estranho dentro. Olhei pra trás e havia inúmeras calcinhas usadas jogadas por todo lado. Xerox é bicho porco mesmo, não espera, vai logo arrancando e jogando pra qualquer lado e depois esquece de tirar. Abri as janelas, liguei o ar condicionado no máximo e tentei respirar pela boca.
Consegui chegar até o posto. Falaram que o borracheiro havia saído. O Pneu não enchia de jeito nenhum. Deve ser a câmera que furou. Encostei o carro na borracharia e saiu uma morena peituda, com uma camiseta regata branca meio suja, totalmente colada ao seu corpo suado e quente.Ela usava um boné preto escrito “Ninfa”. Meu sonho estava realizado. Mas um barbudão começou a gritar umas coisas que não entendi. Era Fidel Castro, com aquela sua farda verde oliva, derretendo debaixo do sol que insistia em ficar sorrindo o dia todo.
Notei que ela tava furando com dele, e o seu braço ainda não estava bom daquela queda quando o fantasma do Hitler passou a perna e ele caiu do palanque. Foi engraçado. Tirei um puta sarro dele. Chamei ele de BarBicha Caída e perguntei se queria tomar alguma coisa. Afinal estava calor. Ele deu rizada, fez cara de quem entendeu e me ofereceu uma lata de Kaiser. Prefiro a Brahma, mas era ele quem tava pagando. Tudo bem.

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