12/28/2004

Parte final

Ela ficou pensativa por um tempo, fechou as portas e abriu um sorriso tímido e acanhado.
- Tudo bem, mas só por que você me levar pra longe do Fidel.
- Não foi nada gata. Agora vem cá que eu já tou em ponto de bala.
- Você chama isso de ponto de bala?
- Poxa, zoa não, a Luma já me zoou hoje, você também não.
- Mas também, olha só isso. Nem dá pra brincar.
- Fala muito não, vem conferir o serviço. A espátula é pequena mais o reboco fica de primeira.
- Só se for reboco de muro de anão.
- O Débi, vamo lá. Pelo menos finge vai.
- Tudo bem, tudo bem. Tudo para ficar longe do Fidel.
Transamos o resto da tarde. Foi espetacular, coisa de outro mundo. De pé, de lado, de bruço, de frente, de costa, de ponta cabeça, de joelho, no banheiro, no chuveiro, na banheira, na cama, numa casinha de sapê....magavilha.
Estava saciado. Depois da 18ª vez, meu material pediu arrego. Virei pro lado e dormi.
Acordei no outro dia com a fachineira horrorizada com a cena. Era a Marlene Matos. Ela foi despedida da bandeirantes e foi trabalhar de faxineira pro Ronaldo. Ser acordado as 10 horas da madrugada, pela fachineira, na casa de um estranho, pelado e ainda sendo a Marlene Matos. Eu queria me matar.
Sai correndo com um travesseiro na frente. A coisa saiu correndo atrás dando rizada e dizendo que nem precisava esconder, não dava pra ver nada mesmo. Vou me vingar desse ser algum dia ainda.
Gritei pela Débi, não ouvi resposta nenhuma. Peguei minhas roupas e sai. Carona pra longe do Fidel é o caralho. Ela que se foda. Me abandonar nessas horas é traição punível com um beijo baforento de ressaca do velho babão brocha.
Parei num boteco e fui tomar uma pra ver se saia da cabeça a cena da coisinha entrando no quarto e se rachando de rir. Foi quando vi uma fila de gente. Sai na porta do bar e vi um caixão sendo levado por 6 pessoas, um senhor vestido de preto com um cavalo amarrado por uma corda e esse senhor segurando a corda. Uma multidão de pessoas o seguia.
Fui tentar pegar umas informações do que tava acontecendo. Cheguei do lado do cara com o cavalo e pedi:
- Hey, o chegado, que que ta pegando?
- Minha mulher morreu.
- Puxa cara, foi mal, sinto muito.
- Não, tudo bem, foi um acidente.
- Acidente? De carro? Ela levou um tiro?
- Não não, meu cachorro aqui a estraçalhou.
- I i i ....isso é um cachorro?
- Sim.
Alguns momentos de silêncio se passaram entre nós. Minha mente diabólica penssou numa vingança contra a coisinha faxineira da mansão. Então resolvi tentar.
- Me empresta?
- Entra na fila

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